O setor hoteleiro e os guias de turismo que estão em meio a crise e como as instituições responsáveis estão agindo para recuperar o que parece impossível.
O mundo parou nesse período de pandemia, o turismo seguiu o mesmo compasso e o setor foi atingido em cheio. Os hotéis estão fechando suas portas, os guias estão deixando de pagar suas contas básicas e a esperança de que tudo isso pare logo, parece comum a todos. A medidas do governo parecem ajudar de alguma forma aqueles que tem muito amor por seu negócio, muitos anos de trabalho afinco e que não querem deixar que seus sonhos desapareçam.
Nossa equipe entrou em contato com algumas pessoas do ramo e o discurso de amor ao turismo é corrente a todos eles. Como falamos da Bauernfest da cidade de Petrópolis e nossa base é aqui decidimos por bem que deveríamos conversar com alguns locais para saber como tem sido o impacto do coronavírus.
HOTEL GALLARDIN
O Hotel Gallardin aceitou nos atender e tivemos um papo incrível com eles. A pessoa responsável por nos dar mais detalhes foi a Deise Mendez, ou Dona Deise, do setor administrativo, que trabalha no hotel há mais de 10 anos e conhece bem cada setor, carência e planos futuros do hotel.
Segundo a funcionária do hotel o impacto foi extremamente negativo com queda de 98% da ocupação. Os feriados do mês de abril até junho que costumavam trazer hospedes habituais tiveram suas reservas canceladas e o quadro de funcionários teve uma severa redução entre demissões e quebras de contratos. Como não há previsão para a volta e reaquecimento do setor, as próprias medidas do hotel são cautelosas já que dependem do turista de fora para manter as portas abertas.
Ainda segundo Dona Deise, foi oferecido aos funcionários, e será na volta da quarenta um curso padrão para que aprendam a lidar com esse novo público e essa nova versão do mundo que requer novos cuidados, novas medidas de prevenção e um público mais consciente.
A rotação entre números de apartamentos ocupados e não ocupados, e como será feita a limpeza diária já está sendo planejada para que enquanto alguns quartos estejam em uso, outros fiquem em isolamento após a limpeza por um par de dias. Segundo Dona Deise: “prevenção terá que ser contagiosa”, ou seja, o comportamento do próprio turista terá que ser diferente para que o mundo volte a ter tração e as engrenagens voltem a funcionar.
Foi perguntando sobre a famosa Bauernfest e hotel ainda não tem notícias, tentamos contato com o sindicato de hotéis, bares e restaurantes da cidade e não obtivemos resposta até o momento, e a secretária de turismo de Petrópolis ainda não consegue definir uma data. O festival é um marco para a cidade e pode ajudar nesse momento pós pandemia, e o problema ainda é a falta de informação que chega tanto a turistas quanto a empreendedores locais.
GUIA LOCAL ENTREVISTA
Contatamos uma guia do Rio de Janeiro, mas que parece tão petropolitana quanto os locais, e a entrevista com ela entrará aqui nesse link ainda essa semana.
FENAGTUR
Segundo o presidente da Fenagtur, Federação Nacional dos Guias de Turismo, Henrique Dantas, nenhuma categoria, incluindo os guias de turismo, estava preparada para o baque que está sendo o coronavírus. Guias por todo o país vem sofrendo com contas atrasadas e as medidas do governo não têm chegado a todos. No estado do Rio de Janeiro a situação poderia ser ainda mais caótica não fosse o trabalho da Liguia que vem defendendo a classe junto a Alerj fazendo pressão para que pelo menos um salário mínimo seja garantido aos guias do estado.
Segundo Henrique Dantas, a Fenagtur foi uma das primeiras a contatar o ministério do turismo quando o perigo do COVID -19 se aproximava, porém, o ministério parece não tomado as ações que ajudaria o profissional e afirma que muitos guias não migraram para o MEI, e que por basearem seu trabalho no autônomo acaba por não se encaixar numa possível ajuda de custo.

LIGUIA:
PRIMEIRA AÇÃO:
Liguia, ou liga independente dos guias de turismo, que tem como presidente o profissional de turismo e jornalista Arnaldo Bichucher, entende que o conhecido “corona voucher” não é suficiente e tem buscado outras formas de atender aos profissionais. Sendo assim apresentou um projeto de lei estadual, assinada por dois deputados, e que depende do CCJ, Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, o que irá a várias categorias do setor e que conta com a ajuda do secretário Otavio leite para que a iniciativa se torne realidade.
SEGUNDA AÇÃO:
Outra ação que está tentando aprovação é uma emenda da Liguia, junto a medida provisória número 948 e a depurada Jandira Feghali, que trata de transferência de recursos para o guia de turismo. A emenda está para ser votada e se aprovada será a segunda opção de renda para os guias de turismo.
TERCEIRA AÇÃO:
A terceira tentativa da Liguia se compromete com o vereador Reimont, em uma tentativa que passe a ser não somente de estadual, mas também municipal de transferência de renda durante o período de calamidade pública.
O estado do Rio de Janeiro é o que detêm o maior número de guias cadastrados pelo CADASTUR e ao que tudo indica está sendo bem amparada pela Liguia.
Aos profissionais de turismo, e principalmente os guias de turismo, parece que uma luz ascende no fim do túnel.
fantasitco muito bom
Aguardando a entrevista com a guia
Muito bom o conteúdo, parabéns!